Sustentabilidade | 21/12/2017 | 535 visualizações
Cada ser humano sempre será a somatória de suas experiências pessoais, sejam as mesmas boas ou ruins, e as mesmas sempre deixarão marcas indeléveis que insistirão em aparecer nos momentos aflitivos.
A forma como cada ser humano lida com suas próprias experiências pessoais, resultantes de suas perdas físicas e emocionais, também é exclusivo e esta ligado ao íntimo de cada um, sua formação espiritual, seu autoconhecimento e suas aspirações.
Todos nós navegantes do infinito, habitantes dessa nave mãe que percorre o universo dia após dia, em meio a tantas vontades, temos um desejo em comum: ser feliz. Buscamos desde o primeiro momento de nossa vida a felicidade suprema, o mundo ideal onde nossos sonhos sempre serão realizados.
Nesta utopia sem fim, à medida que vamos vivendo, agregamos sentimentos diversos à nossa realidade, nos decepcionamos, deixamos de sonhar, individualizamos emoções, temos alguns momentos de felicidade ou momentos ainda maior de dor, e todas essas experiências vão moldando nossa alma e nosso eu interior.
Na necessidade de fugirmos das experiências cotidianas negativas, buscamos formas alternativas para substituir a tão sonhada felicidade e transferimos nossos anseios para objetos ou situações inusitadas.
O apego material
Viver deveria ser uma experiência bastante simples. Deveríamos entender que os sonhos servem de base para nossas realizações pessoais. As decepções fazem parte da busca de nossas realizações pessoais e devem servir de inspiração para novos sonhos.
Mas algumas pessoas, incapazes de conviver com suas decepções, transferem suas carências para objetos, valores, consumismo desenfreado, visando a sensação inebriante de ser feliz, na tentativa de preencher seu vazio interior.
A vida moderna é repleta de facilidades e desperta a vontade de aquisição. Quando terminamos um relacionamento, quando somos despedidos de um emprego, ou em qualquer outra situação de perda, inconscientemente barganhamos conosco e como forma de compensação, começamos a comprar de forma compulsiva e sem necessidade.
Como se comportam as pessoas consumistas?
Este é um mundo extremamente competitivo, onde competições são estabelecidas de forma muda e induzidas no nosso subconsciente de uma maneira tal que muitas vezes não percebemos. Dessa forma competimos em todas as modalidades da vida sem nos preocuparmos com as sequelas emocionais.
Um passeio ao shopping que deveria ser apenas uma diversão, passa a ser uma maratona de compras desnecessárias. Na ânsia desenfreada, desenvolvermos sentimentos de inveja e admiração em outras pessoas, dando vazão ao nosso narcisismo, nos vemos adquirindo um carro que não precisamos; roupas de marca que não servem em nossos guarda-roupas; utensílios domésticos desnecessários e produtos que jamais utilizaremos.
Pessoas consumistas tendem a substituir a baixa autoestima por bens materiais. Como se fossem um imã emocional. Buscam atrair a felicidade através da ostentação, não conseguem entender que ser feliz é um estado de espírito, um conhecimento maior de suas necessidades interiores, nada tem a ver com apegos materiais desnecessários.
Neste vácuo de emoções, desenvolvem o hábito de acumular, transferindo a responsabilidade de ser feliz para os objetos inanimados e assim transformam a própria casa em um depósito de inutilidades.
Acumulador de coisas e vazios…
O acumulador é um doente. Deixou de ser uma pessoa em busca da felicidade para ser o guardião de sua dor. O simples pensamento de descartar seus objetos já faz com que fique triste, ansioso, sinta dores emocionais indescritíveis.
Pessoas com tendência a acumular objetos, na verdade, tem medo da tomada de decisões, por isso sofrem quando se suscita a possibilidade de descarte dos mesmos. Criam um mundo só seu e impedem qualquer um de adentrar o mesmo.
Essas pessoas desenvolvem um transtorno psicológico sério chamado de disposofobia, que é a compulsão por acumular coisas, em uma transferência inconsciente de suas próprias dores, a fuga da realidade e o engano pessoal da felicidade.
Dicas de como ser feliz com o que temos
A vida moderna é como uma roda gigante sem freio, quase nunca conseguimos descer dela e assim deixamos passar momentos muito importantes e repletos de felicidade que não necessitam de alto poder aquisitivo para se realizar, mas apenas de doação pessoal, de amor ao próximo, de autoconhecimento de suas precisões e da capacidade de adequação à própria realidade, minimizando os anseios e as ilusões.
Algumas situações podem nos levar a desenvolver o sentimento de felicidade e com isso preencher nossas lacunas interiores. Citamos algumas dessas situações:
- Passar mais tempo com nossos pais
- Excluir pessoas negativas de nossas vidas
- Não se preocupar com o que outras pessoas pensam
- Tomar decisões enfrentando os problemas
- Ser você mesmo em qualquer situação
- Ousar sempre, não tendo medo de cometer erros
- Deixar de achar que a felicidade de outras pessoas depende de você
- Livrar-se de relações amorosas que não fazem bem, mas mantendo-se aberta para novos relacionamentos
- Encarando a maturidade como consequência de uma vida bem vivida e não como o fim da vida; preparando-se para a velhice e a assumindo com um sorriso no rosto
- Não guardando rancor e nem tendo pena de si mesmo
Ser feliz como consequência de viver e não como obrigação de vida
A felicidade deve ser consequência de nossa vida. Se tivermos uma vida com saúde; plena, ativa, se formos lúcidos, então somos felizes, pois com certeza estaremos reunidos de pessoas que convergem para tal felicidade.
Não temos a obrigação de sermos felizes, porém temos a obrigação de nos reconhecermos como merecedores da mesma e desta forma buscá-la em qualquer momento que vivamos, seja o mesmo repleto de situações boas ou não, pois cada momento é único em nossa existência.
Fazer com que você seja o centro do seu universo, não ter pensamentos negativos, não desenvolver preconceitos, ser seguro de si, não se importando com opiniões alheias e acima de tudo saber que não há neste mundo ninguém igual a você, fará com que se conscientize de sua importância na terra e busque ser feliz em todos os momentos, aceitando a vida como se apresenta.
E claro, sabendo fazer bom uso de tudo o que você adquire, transmite, doa, transfere e compartilha!
Seja um organismo orgânico, que está decidido/a, a fazer o que é bom a si e ao planeta!