Saúde | 16/09/2017 | 5.92 Mil visualizações
O ser humano tomou para si o papel de provedor da raça humana, que desde sempre lutou contra o fantasma da fome. Nesta luta o maior dos inimigos sempre foram as pragas agrícolas e sendo assim esses vetores deveriam ser impedidos de qualquer maneira.
Como resposta à devastação da agricultura severamente atacada pelas pragas, criou-se os agrotóxicos nas figuras de substâncias químicas tais como herbicidas, pesticidas, hormônios e adubos químicos, sem qualquer previsibilidade de malefícios futuros.
Assim a partir dos anos 20, iniciou-se no mundo uma nova era: a dos celeiros cheios e protegidos com o novo “herói dos seres humanos”: o agrotóxico cuja utilização atingiu seu auge na década de 60.
O que são e como agem os agrotóxicos
Popularmente conhecidos como defensivos agrícolas, os agrotóxicos são produtos químicos utilizados no controle ou extinção das pragas agro-pastoris. São divididos em três classes distintas: Inseticidas, Fungicidas, Herbicidas. A utilização dos agrotóxicos inorgânicos nos dias de hoje é ínfima.
A principal função dos agrotóxicos é controlar os insetos, as ervas daninhas e as doenças originadas de fungos e bactérias que atacam as plantações e quase sempre as destroem.
Desta forma, foram feitos com o objetivo de controlar as pragas através da destruição das larvas e ovos de insetos que são depositados nas plantas por seus disseminadores. Um dos grandes inimigos da agricultura, a formiga, é exterminada com o uso dos agrotóxicos conhecidos como formicidas.
O controle das pragas ou extermínio das mesmas se dá através do contato, ingestão ou contaminação microbiana das mesmas, pelo agente químico específico para cada tipo de peste.
Diferenças entre agrotóxico orgânico e agrotóxico inorgânico
Na atualidade, não é mais comum a utilização dos pesticidas inorgânicos. A forma de agir dos pesticidas inorgânicos é através da absorção do veneno pela membrana dos insetos, culminando na morte dos mesmos, através da asfixia ocasionada pela liberação dos compostos minerais, arsênico e flúor presentes em sua formulação.
Os agrotóxicos orgânicos são divididos em: orgânicos de origem vegetal e organo-sintéticos.
A diferença principal entre ambos é quanto á toxicidade, onde os organo-sintéticos se mostram altamente tóxicos e perniciosos tanto para a natureza quanto para o ser humano.
Agrotóxicos de uso proibido
Os agrotóxicos de uso proibido são divididos em categorias conforme sua composição:
- Fosforados (altamente tóxicos, porém com degradação rápida).
- Carbamatos (toxicidade média, possui elementos cancerígenos).
- Clorados (menos tóxico, degradação lenta, inclui neste grupo o DDT).
- Cloro-fosforados (toxidez aguda podendo provocar morte instantânea).
Malefícios do agrotóxico para o ser humano
Os agrotóxicos podem ser letais aos seres humanos. Herbicidas conhecidos como o Paraquat de rápida disseminação aérea, ao ser aplicado sem seguir os procedimentos adequados, causará ao seu aplicador lesões nos rins e concentração residual nos pulmões que futuramente acarretará em fibrose.
Inseticidas, denominadas piretrinas, comumente usados nos lares provocam alergias que desencadeiam crises de bronquites e/ou asma.
Atualmente muito se utilizam os inseticidas da classe dos organofosforados e carbamatos, conhecidos por provocar alterações no cérebro, glândulas e músculos.
Doenças provocadas pela utilização dos agrotóxicos.
- Coceiras
- Enjôos.
- Distúrbios respiratórios.
- Abortos
- Má formação fetal.
- Câncer.
- Dermatoses
- Transmissão de leucemia ao feto por mulheres que estiveram em contato com agrotóxicos durante a gravidez.
Estatística de mortes por agrotóxicos
A região nordeste brasileira, é a que mais registra óbito por utilização negligente dos agrotóxicos. Em 2.017 houve mais de 170 mortes em nosso País por intoxicação do veneno agrícola.
As mortes por suicídio advindas da manipulação do veneno também possuem marca expressiva no cenário nacional, sendo bastante comum no nordeste devido à falta de controle na venda do produto químico.
Por atingir diretamente o sistema nervoso central, a depressão é um dos sintomas da manipulação feita com os agrotóxicos. As nações do terceiro mundo lideram o ranking de mortes sobrevindas da utilização descuidada deste perigoso veneno agrícola.
Mas não é só no cenário rural que os agrotóxicos fazem vítimas. Nos ambientes domésticos crianças na faixa etária de 1 a 4 anos são as vítimas mais frequentes.
Como evitar as mortes por contaminações de agrotóxicos?
- Utilização de EPIs (luvas, máscaras, óculos de proteção, etc).
- Informações sobre o manuseio correto do produto efetuado por um profissional da área (agrônomo) ao invés do vendedor.
- No ambiente doméstico armazenar os produtos tóxicos em lugares fora do alcance das crianças pequenas.
- Legislação que estabeleça a necessidade de cursos para os que manuseiam e utilizam os agrotóxicos em suas plantações.
- Evitar trabalhar em situações precárias de saúde, ou mal alimentado.
- Não usar a boca para desentupir ou abrir mangueiras.
- Lavar com água e sabão as mãos, braços e rosto antes de se alimentar.
Contaminação dos alimentos por agrotóxicos
Devido a sua utilização na lavoura durante a produção dos alimentos, e na maioria das vezes sem os cuidados adequados, cada dia á mais comum que os alimentos que chegam às nossas mesas estejam contaminados por agrotóxicos.
Com isso, quase metade dos legumes, hortaliças e outros alimentos de origem vegetal, ao chegar em nossos lares, apresentam resíduos de veneno acima do nível considerado aceitável.
Por isso, usar produtos orgânicos que não estão contaminados por esses agentes se torna tão vital!
Quais os dez alimentos mais contaminados por agrotóxicos?
Segundo dados fornecidos pela ANVISA, os dez alimentos que mais apresentam concentração residual de agrotóxico acima do permitido são:
- Abacaxi (44,10%)
- Uva (56,40%)
- Mamão (38,80%)
- Pimentão (80,0%)
- Pepino (54,80%)
- Beterraba (32,00%)
- Tomate (32,60%)
- Mamão (38,80%)
- Alface (38,40%)
- Couve (44,20%)
- Morango (50,80%)
Podemos substituir o consumo dos produtos contaminados por agrotóxicos?
Uma alternativa aos alimentos contaminados que chegam às nossas mesas, através da distribuição dos grandes produtores, é o consumo dos produtos orgânicos.
Esses produtos devem possuir um selo de conformidade que servirá para autenticar sua procedência, garantindo segurança ao consumidor de não contaminação com agentes prejudiciais a vida.
A aquisição de produtos comercializados pelos pequenos produtores também é uma alternativa viável, desde que os mesmos apresentem declaração do órgão competente certificando a origem do produto e o tornando confiável para compra e consumo.
Dessa forma, esteja atento as especificações citadas, prefira consumir produtos orgânicos e procure assim, ter maior qualidade de vida!
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