Bem Estar Inspiração | 26/10/2021 | 1.38 Mil visualizações
Vocês já pararam para pensar que quando dizemos “tal pessoa parece uma planta…”, estamos tentando de alguma forma depreciá-la, numa ideia de que ela é parada, não tem atitude e iniciativa? Mas afinal, o que podemos aprender com as plantas?
Criamos uma ideia de que as plantas são seres quase inanimados, alguns acham até “sem graça”. Fico pensando que essa ideia pode ter surgido porque a cultura ocidental valoriza o movimento em detrimento de outros tipos de experiências. E como estamos percebendo cada dia mais, a forma como nos organizando talvez (com certeza!) não seja a melhor para o planeta como todo, o que pode ser uma das causas para o momento “a louca das plantas” que muitas de nós estamos vivendo, numa tentativa de observar outras modos de viver possíveis.
As plantas nos deslocam para lugares muito interessantes. Em primeiro lugar, convivemos com um corpo que é totalmente diferente do nosso e que não conseguimos fazer correlações tão explícitas com a nossa própria experiência (diferentemente dos animais, nos quais conseguimos distinguir “isso é um olho e sua função é enxergar”, “isso é uma pata e serve para locomoção”…). Além disso, elas nos mostram que cada ser vivo tem seu próprio ritmo de crescimento. Algumas plantas têm ciclos vitais que consideramos curtos (como as hortaliças) e outra podem viver por centenas e algumas até milhares de anos. Elas brincam com a noção de temporalidade.
Elas estão no planeta há muito mais tempo do que nós. Têm mais experiência. São sábias anciãs, como abuelas que nos contam histórias sobre quem somos e de onde viemos. Algumas noites atrás sonhei que havia muitas pessoas em roda, em torno de uma árvore bem grande, estávamos todos sentados, em silêncio, escutando a história que ela contava ao coração de cada um ali presente. É isso. A necessidade de ouvir com o coração o que elas podem nos ensinar.
Elas são grandes mestras para nossa vida. Nos ensinam sobre a importância de esperar o tempo das coisas. Não adianta correr freneticamente, há certos mistérios que necessitam de maturação.
Nos ensinam a importância da resiliência e da adaptação. Podem nos tirar um galho, mas podemos fazer disso uma nova muda. Inteira. Com flores e frutos.
Nos ensinam que não precisamos florir o tempo todo. Que haverá momentos em que nos sentiremos sem folhas. Mas isso também faz parte do ciclo da vida.
Nos ensinam a generosidade, pois o resultado do seu trabalho, nos alimenta e nos cura. Faz parte da sua dinâmica dividir com os outros seres. Assim, nos ensinam também sobre cooperação, pois da mesma forma que compartilham, também precisam de outros seres para se desenvolverem na sua mais verdadeira potência.
Temos ou não, muito a aprender com elas?