Na gestação, parto e pós-parto a aromaterapia é uma das formas naturais que a mãe tem para abrandar os sintomas mais comuns deste período, como a ansiedade, o medo, o estresse, a irritabilidade, a insônia, a dor e a depressão. O uso milenar das plantas surgiu com o emprego terapêutico das ervas medicinais (fitoterapia) e é, sem dúvida, a medicina mais ancestral conhecida. Os óleos essenciais são produtos vegetais extraídos de plantas medicinais aromáticas; são, portanto, os perfumes das plantas. O conhecimento dos óleos essenciais é a base da aromaterapia.
A grande vantagem do uso dos óleos essenciais é que, após sentir o perfume de uma determinada planta, sua ação se dá, principalmente, através de uma resposta neuropsíquica capaz de influenciar respostas emocionais agindo rapidamente em centros nervosos. Diferente dos medicamentos que necessitam da absorção dos seus componentes químicos para que haja uma ação.
Um dos manuais médicos mais antigos que se conhece foi escrito há 4.000 a.C, no qual se mencionam as ervas aromáticas. E ao longo da história, praticamente todas as civilizações utilizavam a fitoterapia como base terapêutica. Porém, apesar de os óleos essenciais serem produtos naturais, eles também possuem uma composição química, muito mais complexa que qualquer outro medicamento. E por isso, também podem ser absorvidos pelas mucosas nasais, ou pele, possuindo esta mesma via de ação dos medicamentos. Sendo assim, é muito importante o conhecimento das suas propriedades e o seu uso cauteloso, correto e orientado.
Ansiedade, medo, estresse, irritabilidade, insônia, dor e depressão, são alguns sintomas que podem estar presentes na vida da mãe desde a gestação. Na maioria das vezes ela é comum e não representa risco algum à mãe ou ao bebê e nem precisa ser necessariamente tratada. Contudo, manifestações como estas podem estar combinadas a sintomas físicos, e ainda despertar percepções de dor ainda mais intensas do que geralmente são.
Óleos Essenciais de Aromas como os de Laranja (Citrus sinensis), Grapefruit (Citrus paradisi), Néroli (Citrus aurantium), Cipreste (Cupressus sempervirens), Rosa de damasco (rosa damascena), Camomila Alemã (Matricaria recutita), Camomila Romana (Anthemis nobilis) e Lavanda francesa (Lavandula angustifolia) são frequentemente utilizados para abrandar os principais sintomas da gestação, como náuseas, ansiedade, medo e dor.
No pós-parto as mães enfrentam o cansaço, a fadiga, a tensão, os sentimentos de tristeza e depressão. O bebê descobre o mundo a sua volta, e interpreta-o através da sua mãe. Podem ocorrer cólicas e noites mal dormidas. Os óleos essenciais de Tangerina, Laranja e Lavanda são benéficos tanto para mãe quanto para o bebê.
E ainda nos cuidados com o bebê, os óleos essenciais podem ser utilizados nos cuidados das fraldas de pano. É utilizado principalmente o óleo essencial de Melaleuca (também chamado de Tea tree).
Contraindicações: O uso da aromaterapia está desaconselhada no primeiro trimestre da gestação. O uso dos óleos essenciais deve ser orientado e acompanhado por um aromaterapeuta experiente e com o conhecimento do obstetra.
Recomendações: Os óleos essenciais quando recomendados e liberados pelo médico para massagens, devem ser utilizados na concentração de 1%, salvo indicações expressas pelo médico ou terapeuta. E não devem se expor ao sol após a massagem.
*Lisiê Silva Dalsasso Joaquim é Farmacêutica Bioquímica (Analisa Clínica) e Fitoaromaterapeuta.
Artigo para leitura: BURNS, Ethel; BLAMEY, Caroline; LLOYD, Andrew. Aromatherapy in childbirth: An effective approach to care. British Journal of Midwifery 8(10):639-643 · October 2000
Fonte: Nós e o Davi