Sustentabilidade   |   24/02/2018   |   1.37 Mil visualizações

Glitter: um microplástico nada sustentável. Tudo que brilha nem sempre é ouro. E quando se trata de brilho usado em cosméticos na rotina diária, maquiagem, produtos capilares e acessórios de festa, os efeitos negativos na saúde humana e no meio ambiente estão longe de virar ouro.

19 pré-escolas britânicas deixaram de usar glitter  nas aulas de educação artística para salvar os oceanos.
Assim, desencadeou um frenesi que chegou até a Nova Zelândia sobre  o problema do glitter ser prejudicar à vida marinha.
Isso levou a Trisia Farrelly , uma antropóloga ambiental do país – a pedir uma proibição global.

Tudo que brilha nem sempre é ouro, mas pode ser plástico!

Glitter é uma espécie de microplástico. É composto por pedaços de plásticos copolímeros, óxidos de ferro, oxicloretos de bismuto, folhas de alumínio,dióxidos de titânio.
Além de outros materiais com tons metálicos, neon e também iridescentes para que reflitam a luz.

Estes materiais que compõe o glitter não são recicláveis,  é uma preocupação ambiental, já que a folia em cidades beira-mar são extremamente populosas.
Imagine o quanto de glitter acaba indo parar no mar no carnaval?!

Glitter: um microplástico gerando problemas ambientais nos oceanos!

O problema ambiental do microplástico:

Glitter é considerado microplástico, devido ao seu tamanho: variam de 1 a 5mm.
Microplástico  passa pelos sistemas de filtragem dos tratamentos de esgoto.

Ao chegar no oceano, absorvem pesticidas, metais pesados e poluentes encontrados em cosméticos convencionais, como o triclosan e o próprio bisfenol-A, presentes no plástico.
Estes são desreguladores endócrinos, colapsando a população de peixes, bem como provoca declínio nas relações sexuais em humanos que vivem próximas à  fábricas de plástico.

Um estudo da Environmental Science and Technology descobriu que os microplásticos atuam como um bote salva-vidas para bactérias. Assim, os micróbios potencialmente  nocivos são mais capazes de sobreviver em ambientes aquáticos. Combine isso com os produtos químicos citados acima e você verá a real dimensão do problema!

É por isso que o Dr. Sherri Mason , Professor de Química da SUNY Fredonia, chama os microplásticos de “uma pequena pílula venenosa”.

O maior volume de microplástico provém de duas fontes: lixo plástico fragmentado em micropedaços pela ação dos raios UV e microesferas de polietileno que são adicionadas aos cosméticos como: esfoliantes faciais/corporais e cremes dentais.
São encontrados em todos os oceanos do mundo, da superfície ao fundo do mar.

Eles não se degradam e provavelmente existirão nos oceanos por centenas de anos. Cientistas estimam que mais de 8 trilhões de microplásticos entram diariamente nas águas dos EUA.
Por isso é extremamente importante para o meio ambiente optar por esfoliantes 100% naturais à base de cristais de quartzo, cascas e sementes.

Glitter: um microplástico gerando problemas ambientais nos oceanos!

A problemática é que peixes menores acabam confundindo com sua comida: plâncton e krills.
Na cadeia alimentar, estes são comidos por peixes maiores, como atuns- consumidos na alimentação humana.
Ou seja: o peixe servido na mesa já vem com poluentes ambientais e tóxicos para a saúde humana!

Além disso, aves marinhas também o comem, e os pedaços de microplástico acumulam nos estômagos e podem fazer com que morram de fome. Os cientistas estão cada vez mais preocupados com os efeitos em peixes e outras espécies marinhas

Por conta disso, os EUA proibiram a produção de cosméticos contendo microesferas de plástico desde julho de 2015. O Canadá em junho passado.  O Reino Unido está em vias de proibir no ano que vem.
No Brasil, a proibição do uso de microplásticos ainda está no rascunho, como Projeto de Lei desde 2016.

Cientistas ficaram chocados com tamanha quantidade nos Grandes Lagos.
Sherri Mason -descreveu como “onipresentes no ar, água, frutos do mar, cerveja que bebemos, no sal que ingerimos -“microplásticos estão em todos os lugares “, foram encontradas até no mel. Se está na água potável, está em tudo!

Também entrou em 83 por cento das amostras de água da torneira em mais de doze países ao redor do mundo, incluindo: Índia, Líbano, França e Alemanha, de acordo com uma investigação da Orb Media . Os EUA atolaram no fundo da pilha, com fibras de plástico aparecendo em 94 por cento das amostras.

Portanto o glitter, apesar de todo brilho e beleza é um grande problema ambiental. Não há como cessar totalmente o envio de microplástico nos oceanos do mundo, porém deixar de usar ou reduzir o uso, é possível.
Se você  puder evitar, a vida aquática agradece, assim como nós humanos, já que isso está chegando em nossas torneiras e em nossa comida.

Glitter: um microplástico gerando problemas ambientais nos oceanos!

Uma alternativa ao glitter é utilizar pó de mica: extraido de fontes minerais, provenientes de rochas. É o pigmento natural da maquiagem mineral e orgânica! Se degrada facilmente quando volta ao meio ambiente. Está presente no iluminador da Cativa Natureza, nos pigmentos da Simple Organic e nas sombras nutritivas Bioart, por exemplo.

Precisamos deixar de usar glitter para sempre?!

Não, se você precisa disso em trabalhos artísticos, apresentações, festivais, carnaval, halloween e etc… há alternativas sustentáveis para este material, já existe o glitter biodegradável!

Glitter: um microplástico gerando problemas ambientais nos oceanos!

Stephen Cotton, um cientista britânico que contribuiu na criação de um glitter biodegradável pioneiro feito de extrato de eucalipto e alumínio.

Para fazer o glitter biodegradável, o extrato da árvore de eucalipto é  revestido com uma fina camada de alumínio e colorido para dar brilho.
“Muitas pessoas pensam que o glitter não seria tão durável porque é biodegradável”, disse.
“É mais suave porque não há plásticos rígidos, mas não é como se derretesse no rosto em um festival”, acrescentou.

Abaixo seguem duas marcas de glitter biodegradável encontradas no Brasil:

GLITRA

As idealizadoras da marca tiveram a ideia ao irem ao festival Burning Man e descobrirem que lá o glitter é proibido pelo impacto ambiental. Criaram uma tecnologia para produzir a purpurina a partir de um filme composto por celulose de eucalipto renovável.
O glitter biodegradável  tem quatro cores disponíveis: dourado, prata, rosa e turquesa.
A lata com 8 gramas sai a R$45 ou R$180 reais o kit completo de cores

PURA

O glitter biodegradável da Pura é  feito artesanalmente, é 100% natural e vegano, então cada lote fica com tons únicos e diferentes.
As partículas do seu glittter são maiores do que da tradicional purpurina.

Existem duas versões do produto: a pasta, com quatro cores: dourada, azul, branca e vermelha ao custo de R$32 o pote com 30ml.
Já a versão em flocos,  tem 18 tonalidades e  custa entre R$10 a R$16

Fontes:
Ecowatch
BBC Londres
Revista Allure Usa
National Geographic Brasil
Revista Veja

Glitter Biodegradável Ecológico 1g - Pura BioGlitter

#useorgânico

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Use Orgânico Yumi Hira

Adepta da vida saudável, pet e ecolover, tem sua própria horta, consumidora de cosméticos orgânicos desde 2011.

Aromaterapeuta especializada em psicossomática com cursos pelo Instituto By Sâmia e Aromaflora, Terapeuta floral, reikiana e formada em Constelação Familiar, além de buscadora espiritual.
Fundadora do blog Projeto Beleza saudável.

Não tóxico

Não testado
em animais

Livre de
parabenos

Vegano

Gluten-Free