O perigo do avanço das queimadas no Brasil

Já começamos a sentir as consequências das mudanças climáticas. Longos períodos de seca, calor extremo em alguns lugares, neve cada vez mais frequente no Brasil (!), chuvas pontuais, mas torrenciais e muitos outros desequilíbrios climáticos nos alertam que devemos fazer alguma coisa agora.

O avanço das queimadas é um dos capítulos mais graves que temos acompanhado. No mês passado, foi divulgado um dos estudos mais completos sobre a destruição causada pelas queimadas no Brasil.

O levantamento foi feito pela ONG  MapBiomas. Durante um ano e meio, pesquisadores estudaram mais de 150 mil imagens de satélites, analisando dados de 1985 a 2020. 

Somada, a área queimada no país neste período é superior a 1,6 milhão de quilômetros quadrados, o que corresponde a quase 20% do território brasileiro. O Cerrado e a Floresta Amazônica concentraram 85% da área atingida pelo fogo. Outro dado preocupante mostra que mais da metade dos incêndios ocorreram em áreas de vegetação nativa.

O Cerrado sofre com as queimadas neste período de estiagem. A maior parte dos incêndios é causada pela ação humana. (Jose Cruz/Agência Brasil)

A maior parte dos incêndios não é devido a causas naturais

O estudo revelou ainda que 60% das ocorrências de fogo foram em propriedades privadas, e que a incidência nestas áreas tem sido recorrente principalmente na Amazônia, que é um bioma muito sensível, onde raramente o fogo poderia ocorrer de forma natural.

A situação da Mata Atlântica

Só nos primeiros 8 meses de 2021, o Brasil já tem maior número de queimadas em áreas de Mata Atlântica dos últimos 15 anos Neste ano, o país registrou 11,2 mil focos de incêndio em locais ocupados pela vegetação nativa do bioma que está presente em 17 estados. São Paulo registrou média de 249 queimadas por dia no mês de agosto.

A importância da vegetação nativa

O Brasil é considerado o país com a maior biodiversidade do planeta, biomas como a Amazônia, Mata Atlântica, Cerrado e Pantanal garantem uma uma riqueza de espécies animais e vegetais. Mas tudo isso corre perigo com esses eventos de desequilíbrio climático. Muitas dessas espécies ainda não foram estudadas e podem ser um auxílio para questões importantes.

A melhor opção é sempre a floresta em pé, com uma relação respeitosa entre humanos e não humanos. As populações tradicionais nos ensinam isso há muito tempo. 

No Brasil, questões sociais ligadas à posse ilegal de terras por parte de grileiros é uma das principais causas dos incêndios criminosos.

Tudo está conectado. O planeta é um só. Precisamos cada vez mais ligar os pontos e fazer escolhas que levem o todo em consideração.

Adaptado de: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2021/08/16/queimadas-atingem-quase-20percent-do-territorio-brasileiro-em-3-decadas.ghtml

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